quinta-feira, 25 de julho de 2013

Passos de poder

Os sapatos exercem certo fascínio no cinema e na literatura e sempre tiveram papel de destaque na ficção. Em O Mágico de Oz, Dorothy provavelmente não teria voltado para casa no Kansas sem seus escarpins superpoderosos e cobertos de rubis, ou ainda, Audrey Hepburn encarnando Holly Golightly sem suas ballerines, em Bonequinha de Luxo, e mais atual, Carrie Bradshaw talvez não teria aceitado o segundo pedido de casamento do Mr. Big, no filme Sex and the City, se não fosse um Manolo Blahnik. 

Filme O Mágico de Oz

Sapatos de rubis de Dorothy

Audrey Hepburn no filme Bonequinha de Luxo

Salvatore Ferragamo e Audrey Hepburn


Carrie Bradshaw e Mr. Big em Sex and the City


terça-feira, 23 de julho de 2013

Os passos ao longo da História

Para continuar neste embalo, acaba de chegar nas livrarias brasileiras o livro da americana Rachelle Bergstein Do Tornozelo para Baixo – A História dos sapatos e como Eles Definem as Mulheres. Com uma bem fundamentada pesquisa sobre a paixão das mulheres por sapatos, o livro traça um paralelo entre a evolução do acessório e a emancipação feminina, percorrendo o glamour dos estúdios de Hollywood aos ícones do guarda-roupa jovem. Depois de ler, é calçar o seu, sair e curtir!


Sapato, sapato meu

A origem dos sapatos é remota e os primeiros pares surgiram da necessidade de se proteger do frio e do solo, sem contar as ligações com a vaidade, poder e condições econômicas das pessoas ao longo dos tempos. A História da Moda mostra uma infinidade de modelos de calçados masculinos e femininos, com variações de bico, saltos, solados, enfeites e matérias primas com as quais foram fabricados. Estilistas como Manolo Blahnik, Roger Vivier e Salvatore Ferragamo são nomes consagrados internacionalmente. No Brasil temos Constança Basto, Francesca Giobbi e Fernando Pires. 

                                                     Manolo Blahnik (71 anos)

É um estilista espanhol e dono de uma das mais proeminentes marcas de sapatos femininos. Desenhou inúmeros modelos para estilistas consagrados como Yves Saint Laurent, Christian Dior, Calvin Klein e John Galliano. Foi nomeado Designer de Acessórios do Ano pelo Conselho Britânico de Moda em 1990 e 1999. Além disso, recebeu o título honorário de doutor pelo Royal London College of Art and Royal Society of Arts da Inglaterra. 






Roger Vivier  (1907-1998) 

O designer francês Roger Vivier construiu sapatos baseados nos modernos princípios da aeronáutica e da engenharia. O que mais atrai em seu sapato é o salto, que pode ser vírgula, rolo, bola, agulha, pirâmide ou caracol. Dentre seus lendários clientes, temos Marlene Dietrich, Josephine Baker, Jeanne Moreau, Catherine Deneuve, Rainha Isabel II e os Beatles.








Salvatore Ferragamo (1898-1960)

Estilista de sapatos italiano, calçou ícones como Sophia Loren, Greta Garbo, Katharine Hepburn, Marlene Dietrich, Ava Gardner, Gary Cooper e Marilyn Monroe. Foi pioneiro na utilização da cortiça na criação de saltos.




Constança Basto
A designer de sapatos Constança Basto é conhecida no mundo fashion por suas criações sofisticadas e sensuais. Fundada em 1998 e tendo como o nome da marca o nome da própria designer, a marca já tem mais de 70 pontos não só no Brasil, mas no exterior também.





Francesca Giobbi
A designer começou a produzir sapatos quando foi estudar arquitetura na Itália, lá trabalhou para marcas como Prada e Versace. Quando voltou para o Brasil, abriu sua marca aos 28 anos. Eram duas lojas e uma fábrica. Oito anos depois ela se uniu ao sapateiro Jorge Guimarães, juntos eles conquistaram 60 postos de vendas para a marca Isla Castilla, criada com a parceria.





Fernando Pires

Fernando Pires é formado em Arquitetura e Urbanismo mas ficou conhecido por criar sapatos femininos. Além de calçar várias celebridades, produz calçados para composição de figurino em desfiles, telenovelas e teatro. Atualmente, possui uma loja na badalada região dos Jardins em São Paulo.



quarta-feira, 17 de julho de 2013

Relação que deu certo

Para comemorar esta relação tão íntima entre sapatos, cinema e literatura, o Museu Salvatore Ferragamo, em Florença, acaba de inaugurar a exposição “The Amazing Shoemaker Fairy Tales and Legends about Shoes and Shoemakers, que ficará em cartaz até maio de 2014. Além de reunir peças históricas, garimpadas em diversos acervos do mundo, a mostra apresenta obras inéditas encomendadas a 29 artistas, inspiradas no legado de Ferragamo. A exposição traz inúmeras curiosidades do seu processo criativo e sua obsessão pelo corpo humano.



Em 26 telas, Frank Espinosa levou a vida do sapateiro para os quadrinhos. Conhecido por ter redesenhado os personagens de animação Looney Tunes em 1992, o cartunista resgata passagens da trajetória do italiano, como sua temporada na Universidade da Califórnia, nos anos 20, só para estudar anatomia. Lá, Salvatore aprendeu como funciona a dinâmica de equilíbrio do corpo e, a partir dali, desenvolveu técnicas para projetar sapatos com saltos vertiginosos, mas que garantiam estabilidade. A graphic novel se chama Salvatore Ferragamo: Making of a Dream e conta a história da paixão do designer por sapatos, desde sua infância pobre na Itália.






Entre outras inovações, Ferragamo patenteou uma lâmina de metal que é incorporada à sola de couro e ajuda a dar sustentação aos pés. É por causa dele que várias vezes seu sapato apita no detector de metais, mesmo que pareça ser apenas couro.

Outro fato curioso é sua ligação com a mitologia greco-romana. No início dos anos 50, o sapateiro se apoderou do tema para criar modelos como a sandália Flash, adornada com asas, uma referência ao deus Mercúrio.




No filme White Shoe, dirigido pelo americano Rick Heinrichs, Salvatore, aos 9 anos, nascido num vilarejo próximo à Nápoles, se aventurou em criar um sapato branco para a primeira comunhão da irmã e imediatamente se encantou com o ofício. Na época, este trabalho não tinha prestígio, mas a vocação de Ferragamo falou mais alto e aos 16 anos, ele já vivia na Califórnia, confeccionando peças para os grandes estúdios de cinema.



Depois da infância dura, Ferragamo foi duas vezes à falência, conseguiu se reerguer em ambas, contornou a escassez da Segunda Guerra, trocando o salto de madeira pelo de cortiça e conquistou uma legião eclética de fãs para sua grife, da nobreza a Hollywood.